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26/06/2019 às 14:14, Atualizado em 23/11/2020 às 11:22

Solenidade marca encerramento da Campanha de Combate ao Feminicídio

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Uma solenidade, realizada na noite desta terça-feira (25) em Batayporã, marcou o encerramento da programação especial alusiva à Campanha de Combate ao Feminicídio, desenvolvida pela Coordenadoria Especial da Mulher (CEMU).

O evento foi realizado na Câmara Municipal e reuniu autoridades do Judiciário, como o juiz da Comarca de Batayporã, Aldrin de Oliveira Russi; a promotora de Justiça do Ministério Público, Bianka Machado Arruda Mendes; e o delegado de Polícia Civil, Filipe Davanso Mendonça; do Executivo como o vice-prefeito Luis Fernando Bomfim, os secretários municipais Leia Maria (Assistência Social), Sidney Olegário (Obras, Desenvolvimento Econômico, Turismo e Meio Ambiente), Sônia Nantes (Educação, Cultura, Esportes e Lazer) e Marcela Leite (Saúde); e os vereadores Cicero Leite, Cacildo Paião, Danilo Enz, Denise Pesqueira, Germino Roz, Nivaldo Moreira e Samuel Macedo.

O ato solene também foi reforçado pela presença da primeira dama Cléia Valéria, pela presidente do Conselho Municipal de Direito da Mulher, Maria Tereza Fruguli Dan; servidores da rede socioassistencial, pela enfermeira Bruna Criveli, representando o Hospital de Amor de Nova Andradina, e comunidade geral.

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A abertura dos trabalhos foi realizada pelo Presidente da Câmara, Cicero Leite. Na sequência, o delegado de Polícia Civil, Filipe Davanso Mendonça, discorreu sobre a atuação das polícias Militar e Civil no combate ao feminicídio. Ele destacou a procedência do atendimento pela autoridade policial, as providências que devem ser adotadas, medidas protetivas, descumprimento e o ciclo da violência.

O juiz da comarca de Batayporã, Aldrin de Oliveira Russi, abordou para os participantes do evento sobre a origem do termo feminicídio, divulgou estatísticas do assassinato de mulheres no país, explicou em quais contextos o crime acontece, frisou o que diz a lei brasileira e apresentou propostas para reduzir os índices.

Segundo o Magistrado, o feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. As motivações mais usuais são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, comuns em sociedades marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino.

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O Juiz concluiu salientando que a violência contra a mulher deve ser enfrentada de maneira coletiva, com ações permanentes do Município e da sociedade civil organizada. “É preciso criar políticas públicas nas escolas e nas famílias para reduzir esse problema, pensando na criação de seres humanos mais humanos e que respeitem os direitos do próximo sem discriminações e preconceitos”, frisou.

A promotora de Justiça Bianka Machado Arruda Mendes, iniciou seu pronunciamento afirmando que é preciso pensar em um mundo igualitário, em que todas as pessoas devem ser tratadas de maneira parecida. “Homens e mulheres são vítimas de maneiras diferentes. Enquanto os homens são vítimas em espaços públicos, aos olhos de outras pessoas, as mulheres são vítimas em espaços privados, e isso é comprovado com práticas como o estupro, feminicídio, assedio sexual, e agressões físicas e psicológicas; violências essas que acabam por tolher a liberdade da mulher”, observou.

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A Promotora citou ainda a Convenção de Belém do Pará que conceitua a violência contra as mulheres, reconhecendo-a como uma violação aos direitos humanos, e estabelece deveres aos Estados signatários, com o propósito de criar condições reais de rompimento com o ciclo de violência identificado contra mulheres em escala mundial.

“Dr. Aldrin e Dr. Filipe demonstraram hoje que cumprem a Convenção de Belém do Pará, não só eles, mas a Casa de Leis e Executivo Municipal promovendo ações e a integração com a comunidade e a rede de Assistência Social”, pontuou Dra. Bianka.

Representado pelo secretário Sidney Olegário, o prefeito Jorge Takahashi deixou sua mensagem destacando a importância de ações realizadas para o combate à violência contra a mulher e suas consequências.

"Embora tenha sido desenvolvidas no município políticas estruturantes de enfrentamento às violências de gênero e garantia de direitos, devido à complexidade do fenômeno, é necessário cada vez mais pensar em estratégias diversas para alcançar a sociedade. Em nome do prefeito Jorge parabenizo aos envolvidos nessa campanha que é muito relevante para a sociedade”, sublinhou.

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O presidente da Câmara, Cicero Leite, e os vereadores Samuel Macedo, Germino Roz e Denise Pesqueira ressaltaram que a campanha é apenas o início de um longo processo para combater o feminicídio, que é preciso discutir e refletir sobre as questões culturais e isso se faz com educação, com campanhas permanentes de conscientização.

Durante o mês uma série de ações de mobilização foram realizadas no município a fim de coibir e conscientizar a sociedade sobre o enfrentamento à essa prática. A iniciativa da Prefeitura Municipal, por meio da Coordenadoria Especial da Mulher (CEMU), contou com o envolvimento da Câmara de Vereadores, Conselho Municipal de Direito da Mulher, e Secretaria Municipal de Assistência Social.

Para a coordenadora da CEMU, Célia de Fátima Amaral, o feminicídio é, hoje, o maior problema do enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil, que, segundo estatísticas de organismos voltados à causa, é o quinto país onde mais se mata mulheres no mundo. 

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Fotos: Assessoria PMB

“O feminicídio requer uma atenção redobrado por ser um problema que compreende estruturas sociais patriarcalistas, machistas que ainda estabelecem diferenciações entre homens e mulheres, submetendo o gênero feminino à subvalorização, à dominação e à violência, o que culmina em um número elevado de violências e feminicídio. Porém, temos agido fortemente para combater todas as formas de violência contra a mulher”, ressaltou.